O fascismo brasileiro nasceu com a libertação dos escravos, por Val Carvalho

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Na Alemanha, a vitória do nazismo (fascismo alemão) precisou da estruturação de um forte partido e ideologia para controlar o poder. Isto porque enfrentava os poderosos Partidos Comunista e Social-democrata. A única coisa que contava a seu favor era o tradicional antissemitismo alemão, que os nazistas usaram e abusaram.

No Brasil, o fascismo não precisa tanto de um partido e de uma ideologia estruturada. O histórico apartheid social, constituído a partir da libertação dos escravos, se mantém vivo na sociedade e principalmente na ideologia reacionária da classe média conservadora. Como a esquerda ou o nacionalismo têm de recorrer exatamente à base popular, objeto da discriminação, fica relativamente fácil para o poder econômico nacional e estrangeiro mobilizar setores das classes médias em defesa do golpe, da ditadura militar e da repressão ao povo, sempre que este levanta a cabeça.

Aqui, o racismo e a discriminação social incorporados na alma da classe média, quando mobilizados politicamente, funciona na prática como o fascismo europeu. Portanto, sob a forma imediata do ódio à Lula e ao PT, a mídia e os políticos da extrema-direita, Bolsonaro e Dória, mobilizam o fascismo caboclo esperando a oportunidade para chegar ao poder.


Val Carvalho é militante histórico do Partido dos Trabalhadores.

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