Algumas importantes contribuições do professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú, acerca do debate econômico

Vale a pena uma comparação internacional


Ao final de 2015, o crescimento do endividamento público foi nítido. Segundo o Banco Central, a nossa dívida bruta aumentou de 57,2% do PIB, em 2014, para 66,5% em 2015. E nossa dívida líquida aumentou de 35,3% do PIB para 42,4%. Apesar do rápido crescimento, esses níveis de endividamento são semelhantes ou até mesmo inferiores àqueles de alguns países selecionados. Os números a seguir são do Fundo Monetário Internacional. Na Alemanha, em 2015, o nível da dívida bruta era de 73,3% do PIB e o nível da dívida líquida era de 49%. No Japão, respectivamente, eram 248% e 125,3%. Na França, 100,5% e 92,2%. No Reino Unido, 93,7% e 84,7%. Nos Estados Unidos, 105,7% e 80,3%. Na Áustria, 111,7% e 76,6%. Na Bélgica, 132% e 75,9%. No Canadá, 96% e 36,8%. E, na Holanda, 74,7% e 39,4%. E nenhum desses países ousou mudar a sua constituição por considerar que possuem um problema fiscal agudo, crônico e, portanto, estrutural.

Quem deixou uma herança maldita


Vamos aos números:

FHC fez as dívidas bruta e líquida do governo crescerem de forma extraordinária. Segundo dados do Banco Central, no início do seu governo, a dívida líquida como proporção do PIB era de 23,1%. Ao final, em 2002, era 57,3%. E a dívida bruta alcançou 76,1% do PIB. Foi uma administração fiscal desastrosa, ainda mais porque FHC propagava que fazia privatizações para reduzir o tamanho da dívida pública. O presidente Lula conseguiu inverter a lógica de barbeiragem fiscal dos governos FHC. Reduziu as dívidas bruta e líquida, como proporção do PIB, respectivamente, para 64,7% e 37,4%. A presidente Dilma deixou o governo com uma dívida líquida de 35,5% do PIB, em 2015. E com uma dívida bruta de 72,8% do PIB. O pior ano do governo Dilma, 2015, tem um resultado muito melhor que a herança que FHC deixou para os governos do presidente Lula.

Analisando uma simples tabela


O que o Brasil precisa? Corte de gastos primários (saúde, educação etc) ou crescimento econômico com redução de juros?

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