Ponte para o Futuro: Austeridade selvagem e retrocesso nos direitos fundamentais


Economia


O Ministro interino e golpista da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou agora a pouco (17) que Ilan Goldfajn, sócio e economista-chefe do Itaú, será o novo presidente do Banco Central do Brasil, no lugar de Alexandre Tombini.

Goldfajn exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central de 2000 e 2002, na gestão Armínio Fraga, no governo Fernando Henrique Cardoso. Com o ex-chefe, fundou o Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças e abriu a Gávea Investimentos.

Empresários entreguistas e os abutres internacionais


Os seis banqueiros e os seis empresários entrevistados pela Folha de S.Paulo acham que, se até lá Meirelles não tiver encaminhado o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência e da legislação trabalhista, desperdiçará a boa vontade inicial que surgiu com o afastamento de Dilma.
"Só discurso de boas intenções não é mais suficiente. Precisa ter medidas concretas para que esse sentimento positivo dure", disse Alessandro Zema, corresponsável do banco de investimento Morgan Stanley.

O presidente do Deutsche Bank para a América Latina, Bernardo Parnes, fala em "otimismo cauteloso". "O novo governo tem um ministro da Fazenda capaz, tem o benefício da dúvida, mas precisa implementar medidas com rapidez."

A tarefa mais urgente é reverter a trajetória explosiva da dívida pública, hoje de 67% do PIB. O FMI prevê que, nesse ritmo, pode chegar a 90% do PIB em 2021. Nesse cenário, o mercado passa a exigir juro cada vez maior para financiar o governo, o que aprofunda a recessão.

Para mostrar o que esperam, empresários citam o exemplo da Argentina. Depois de 12 anos de kirchnerismo, com intervenção do Estado na economia, o país era um lugar selvagem para os investidores. Mauricio Macrii assumiu, liberou preços administrados, o fluxo de moedas estrangeiras e liquidou uma dívida com credores estrangeiros, medidas que renovaram os laços com investidores. Resultado: no final de abril, o país colocou à venda títulos no exterior no valor de US$ 16,5 bilhões. A oferta atraiu US$ 68 bilhões e não havia papel para todos.

"Também saímos do bolivarianismo. Vai melhorar, mas agora é preciso fazer o mal na hora e o bem aos poucos", disse Carlo Bottarelli, presidente da empresa de infraestrutura Triunfo.
A outra grande aposta para reativar a economia é o programa de concessões que o novo governo quer lançar.

O presidente da APEOP, Associação dos Empreiteiros de São Paulo, Luciano Amadio Filho, diz estar em contato com investidores estrangeiros interessados em tomar parte dos novos projetos de infraestrutura. As empresas brasileiras também já consideram buscar financiamentos no exterior. "Mas vão esperar até que o governo mostre que tem um caminho."

Social


O Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, OsmarTerra (PMDB RS), afirma que o pente-fino no Bolsa Família poderá levar ao desligamento de até 10% dos beneficiários. Estudos feitos pelo programa de governo do INTERINO, usurpador e golpista Michel Temer ('Ponte para o Futuro' e 'Travessia Social') projetam que 10% dos atendidos estão fora dos critérios.

“Se for cruzar todos os dados, pode dar mais, de 20% a 30%, mas estamos falando de uma população flutuante, que melhora de vida e piora rapidamente. O importante é dizer que será um processo gradual, que não prejudicará a população que realmente precisa. Inclusive a família que eventualmente sair do programa terá as portas abertas para voltar, em caso de necessidade”, disse ele, em entrevista ao O Globo.

Saúde


O deputado federal golpista Ricardo Barros (PP-PR), que assumiu interinamente o ministério da Saúde, propõe rever o tamanho do Sistema Único de Saúde. "Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que reduzir as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las", afirmou o golpista.

Barros também já dá indícios na intenção de rever o direito universal à saúde pública: “Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina”. Anteriormente, Barros já havia criticado o programa Mais Médicos e dito inacreditável que a pílula do câncer poderia ser aprovada mesmo sem comprovação científica, em razão do "efeito placebo".

Educação


Um fato que não está sendo denunciado e debatido em torno desse conluio que alguns chamam de governo é a formação da equipe do Ministério golpista da Educação e Cultura, onde o latifundiário Mendonça Filho (DEM-PE) será apenas uma espécie de 'testa de ferro'.

A equipe começará de verdade na nova secretária-executiva. Maria Helena Guimarães de Castro. que atuou no MEC no governo FHC. Junto com ela começa a ser montada uma equipe ligada a um think tank chamado Todos Pela Educação - Página Oficial (TPE). Por trás do TPE estão Itaú, Fundação Roberto Marinho, Fundação Victor Civita, Fundação Bradesco e outros.

É esse pessoal que a partir de agora dará as cartas na educação pública brasileira. É o pessoal das Parcerias Público-Privadas (PPPs , das Organizações Sociais (OSs) e de um forte programa de ordem privatista na educação.

Política Externa


O ministro interino e golpista das Relações Exteriores, José Serra (PSDB SP), solicitou um estudo de custo de postos diplomáticos abertos nos governos Lula (2003-2010) e da presidenta Dilma Rousseff na África e no Caribe nos últimos anos. Só o governo Lula abriu 17 embaixadas em países africanos.
Uma embaixada pequena na África custa entre US$ 200 mil e US$ 250 mil por ano (R$ 700 mil e R$ 875 mil). Já uma embaixada como a de Lisboa, em Portugal, giraria em torno de US$ 4 milhões, sem incluir o pagamento de funcionários locais, segundo dados da Folha. O tucano já tem causado polêmica no Palácio Itamaraty depois de divulgar notas rechaçando o que chamou de "falsidades" propagadas por Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, contra o afastamento da presidenta Dilma.

Em sua coluna na Folha de S.Paulo, o jornalista Bernardo Mello Franco destaca o primeiro dia de Serra como ministro interino e golpista das Relações Exteriores, atacando os governos de cinco países e a direção da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Segundo o jornalista, a agressividade do tucano tem um sentido óbvio: “Nomeado para uma pasta de pouca visibilidade, ele já conseguiu se projetar e garantir espaço nos jornais. A exposição é parte essencial do seu plano de ressurgir como candidato à Presidência da República em 2018 - pela terceira vez e não necessariamente no PSDB”, diz o jornalista.

O que fazer?


Não tem jeito, camaradas. A vendeta neoliberal vem com tudo e o campo democrático-popular precisa organizar a resistência. E isso inclui ampliar o arco de forças progressistas e democráticas na sociedade. Mas isso demanda clareza em acumular, pra organizar, pra formar, pra promover um salto no nível de consciência do povão e, sobretudo, não sobrepor o tático ao estratégico.

Sem cair no 'canto da sereia' das novas eleições, ainda temos a batalha da votação do mérito do processo de impeachment no Senado Federal, que é muito difícil, mas, se virarmos apenas 3 votos, a presidenta Dilma retoma o mandato que lhe foi apeado injusta e ilegalmente.

Mas, por enquanto, a nós militantes, governo interino, golpista e ilegítimo, nós não reconhecemos! A frase de ordem deve ser uma só: Fora Temer!

Abraços,
Daniel Samam.

‪#‎ForaTemer‬ ‪#‎TemerJamais‬

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